quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Transição Demográfica Brasileira

A população brasileira tem sofrido profundas transformações nas últimas três décadas, que terão enormes repercussões em termos sociais e econômicos. Há uma certa dificuldade, por parte da sociedade brasileira, até aquela com nível educacional mais elevado, em apreender estas mudanças e, inclusive, em aceitá-las como reais. Este trabalho tem por objetivo analisar a evolução do tamanho da população brasileira, de seu ritmo de crescimento, de sua estrutura etária relativa entre 1940 e 1991, assim como apresentar sua trajetória provável até 2020. Dada a tendência do processo de declínio rápido e generalizado da fecundidade no Brasil e o que está sucedendo nos países desenvolvidos e em alguns do Terceiro Mundo que iniciaram antes este processo, é bastante realista supor-se que, ao final da segunda década do próximo século, a população do País deverá apresentar níveis de fecundidade e mortalidade que, no longo prazo, lhe garantam taxas de crescimento em torno de zero. Discute-se, então, quando se alcançaria a situação de população estacionária. Esta análise foi elaborada com a preocupação de tornar mais claros alguns do elementos básicos da análise demográfica, de tal modo a contribuir para uma melhor compreensão da nova dinâmica demográfica brasileira.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

População e Consumo vs Sustentabilidade

Muita gente já tentou fazer essa conta, mas ainda não há resposta definitiva. Desde que o pioneiro Anton von Leeuwenhoek previu, em 1679, que nosso planeta poderia acolher 13,4 bilhões de pessoas, as estimativas variaram entre 1 bilhão e 1 trilhão de pessoas! "Entretanto, dois terços das previsões situam-se entre 4 e 16 bilhões de habitantes. Parece um intervalo confiável para se estabelecer um limite, considerando que o globo comporta diferentes padrões de ocupação", afirma o geógrafo Álvaro Luiz Heidrich, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O fato é que a população da Terra cresceu mais de 40 vezes desde o início da era cristã. No ano 1, estima-se que havia cerca de 150 milhões de pessoas no planeta. Esse número dobrou em 1350, quadruplicou em 1700 e chegou ao primeiro bilhão em 1804.
O grande salto aconteceu no século 20, quando a urbanização e os avanços na medicina fizeram a população saltar de 1,6 bilhão para 6,2 bilhões de pessoas. "E isso levando em conta as grandes epidemias e as guerras, que são os mais importantes fatores capazes de estancar o aumento da população", diz Álvaro. No século 20, o crescimento só diminuiu nas quatro últimas décadas, com a queda na taxa de nascimentos - desde 1965, a média de filhos por mulher caiu de 4,9 para 2,7. Mesmo assim, a cada ano o mundo recebe 77 milhões de pessoas a mais, 97% delas em países subdesenvolvidos. O total de habitantes que ainda cabem no planeta depende de uma combinação de fatores limitantes: a quantidade de alimento que o homem pode produzir, o padrão de vida que a humanidade pode alcançar e uma preservação do meio-ambiente que possa garantir a vida na Terra. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o mais provável é que em 2050 tenhamos 9,3 bilhões de pessoas no planeta.
Gente demais, gente de menos Planeta tem regiões com formigueiros humanos e áreas quase desabitadas ENTRADA VIGIADA
A cada ano, 1 milhão de imigrantes aporta nos Estados Unidos. Na teoria, o país suporta até mais, porque é desenvolvido e possui apenas 29 habitantes por km2. Mas a ameaça de terrorismo e a constante tensão entre imigrantes e nativos fazem das fronteiras americanas as mais vigiadas do planeta
DILEMA BRASILEIRO
Com 17 habitantes por km2, o Brasil é candidato a receber mais gente, especialmente no Norte. Mas há dois obstáculos: a desigualdade social e o risco ambiental. O país tem 27% das possíveis terras agricultáveis do mundo, mas se elas forem ocupadas, será o fim da Amazônia
OCUPAÇÃO INVIÁVEL
Áreas polares, desertos e montanhas íngremes ocupam um terço da Terra, mas são quase inabitáveis. Nas áreas geladas, os gastos com energia impedem a ocupação. A Antártida, com 8,9% das terras emersas do planeta, só tem 4 mil habitantes
ENCOLHIMENTO EUROPEU
Com baixas taxas de natalidade, a população européia envelhece e até 2050 deve perder 124 milhões de pessoas. O continente é um dos mais povoados do mundo (Bélgica e Holanda têm mais de 300 habitantes por km2), mas ainda pode receber imigrantes na parte ocidental, mais desenvolvida
MONTANHA HUMANA
O Sudeste Asiático e a Ásia oriental compõem o chamado "formigueiro humano". Somadas, as populações de China, Índia, Indonésia, Bangladesh e Paquistão ocupam apenas 11% das terras emersas do planeta, mas respondem por mais de 40% da humanidade. Quase a metade dos novos habitantes do mundo nasce nessa região
SUPERPOPULAÇÃO à VISTA
O norte da África concentra a maior parte das 125 milhões de pessoas do mundo todo que a cada ano migram para outros países. Na chamada África Negra, abaixo do deserto do Saara, o problema é a alta natalidade. Mesmo com a epidemia de AIDS, que ceifou 15 anos da expectativa de vida nas últimas duas décadas, o continente deve ganhar mais 1,2 bilhão de pessoas até 2050
PORTAS FECHADAS
Sabendo que a Austrália tem só 2,4 pessoas para cada km2, dá para imaginar que lá seria um bom lugar para encaixar mais gente. Não é bem assim: nove em cada dez habitantes vivem nas cidades da costa leste porque 66% do território do país é desértico. A Austrália tem 5 milhões de estrangeiros (25% da população), mas limitou o número de imigrantes por causa da crise econômica
Limite não é só espaço Fome e devastação ambiental também barram o crescimento da população COMIDA MAL DISTRIBUÍDA
Em 1798, o economista inglês Thomas Malthus previu que o crescimento populacional seria limitado pela baixa produção de alimentos. Por enquanto, errou: pelos cálculos da ONU, já há comida para 12 bilhões de pessoas. Mesmo assim, 830 milhões passam fome (95% em países subdesenvolvidos), vítimas da desigualdade, da fraca produção em algumas áreas e da má distribuição de alimentos
APAGÃO MUNDIAL
A quantidade de riquezas produzidas no planeta aumentou oito vezes nos últimos 50 anos. Mas, como o bolo fica concentrado nos países com alto poder de consumo, o resto do mundo sai perdendo. Se a humanidade gastasse energia como os americanos, por exemplo, a Terra não suportaria mais do que 1,2 bilhão de pessoas. Se o padrão energético fosse o chinês, o planeta poderia acolher quase 10 vezes mais habitantes
POLUIÇÃO MORTAL
Ninguém duvida que a degradação ambiental pode impedir o crescimento da população e a própria vida na Terra. Alguns exemplos: desde o século 18, a concentração de gás carbônico na atmosfera aumentou em 30%. A cada ano, 200 mil km2 de terrenos agricultáveis tornam-se imprestáveis e 120 mil km2 de florestas
desaparecem. Os efeitos dessas agressões no futuro do planeta são imprevisíveis

Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u85050.shtml